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Negócios de Impacto | Painel

O MOVIMENTO COLETIVO FOI ACLAMADO COMO UMA FORMA EFICIENTE DE FAZER A MUDANÇA TÃO NECESSÁRIA QUANTO URGENTE.

Necessidade de remover obstáculos jurídicos, educação ambiental, nova formação para lideranças, conselhos com participação da natureza, seja como acionista, como já ocorre com a marca de roupas Patagônia, ou até como CEO, como é o caso da inglesa Mother Nature. Os desafios de empreender na era da transição econômica foi o centro das conversas do segundo painel do “Movimento Novas Economias” que se debruçou sobre os negócios de impacto. O assunto esteve no primeiro dia do evento realizado pelo NOUS Ecossistema e pelo Impact Hub Brasília.

Rachel Karam (Advogada e integrante do grupo jurídico do Sistema B Brasil) trouxe uma potente reflexão sobre a necessidade de se construir um novo arcabouço jurídico para o país para dar respaldo à natureza, à biodiversidade e à economia socialmente responsável, pensando no bem estar coletivo.

 
“CENTRADOS NA ESTRATÉGIA NACIONAL DE ECONOMIA DE IMPACTO PRECISAMOS REESCREVER A LEGISLAÇÃO, CRIAR JURISPRUDÊNCIA. PRECISAMOS MUDAR AS FORÇAS DE PODER DENTRO DAS EMPRESAS, GERANDO MELHORES TOMADAS DE DECISÃO PARA QUE O OBJETIVO NÃO SEJA EXCLUSIVAMENTE O LUCRO NO BOLSO DO ACIONISTA, MAS A GERAÇÃO DE IMPACTO SOCIAL E AMBIENTAL”, PROVOCOU.

Para encorajar as corporações a fazer uma transição para um modelo de negócio mais justo social e ambientalmente é fundamental que as lideranças dentro das corporações sejam tocadas pela relevância desta narrativa. Em sua fala, Carol Freitas (CEO do NOUS Ecossistema) trouxe a importância de despertar protagonistas para arregimentar as mudanças.

“SABEMOS O QUANTO É DIFÍCIL SER REGENERATIVO COMO PESSOA, IMAGINA AS ORGANIZAÇÕES. MAS ESTÁ ACONTECENDO NUM TEMPO MUITO PRÓPRIO E NEM POR ISSO DEIXA DE SER ESSENCIAL. ME CHAMA ATENÇÃO QUE AS CAMADAS PODEROSAS SE QUESTIONEM COMO FAZER ISSO”, DESTACOU.
 

Neste sentido, o movimento coletivo tem sido aclamado como uma forma eficiente de fazer a mudança tão necessária quanto urgente. Marcos Iorio (Vice-Diretor da CCD Circula), trouxe como exemplo de atuação coletiva as cooperativas de catadores pelo Brasil. “As políticas públicas são o elo que impulsiona movimentos coletivos a escalar e aqui trago o exemplo que me transformou que é a gestão de resíduos em modelo de cooperativas, porque neles encontramos uma lógica de valorização do empenho de muitas mãos”, afirmou Iorio.

Empreendedora de impacto socioambiental, Bárbara Pacheco (CEO da VerdeNovo Sementes) puxou uma reflexão sobre como a cultura tradicional de empreendimento colabora para a negação dos conhecimentos ancestrais e a valorização de modelos pouco coletivos e inclusivos de empreendedorismo. 

 
“COMO EMPREENDEDORES, FOMOS ACOSTUMADOS A SER O CENTRO, PENSAR NA GENTE, OLHAR PARA O GERENCIAMENTO FINANCEIRO DA NOSSA EMPRESA. MAS QUEM VAI NOS AJUDAR A OLHAR PARA O GERENCIAMENTO DE EXTERNALIDADES? COMO ALOCAR O DINHEIRO PARA MENSURAR IMPACTOS NEGATIVOS DA CADEIA DE VALOR? E, MAIS, COMO ENCARAMOS DE FRENTE ESSA QUESTÃO SEM ESTAR NA POSTURA DE COLONIZADORES?”, PROVOCOU PACHECO.